O nome artístico pomposo é uma enorme ironia para o artista que em sua maior ambição almeja ver a modesta chama da vida florir os sorrisos de belas mal-educadas bocas. Intitulando-se um belo espécime de vira-lata brasileiríssimo, o artista plástico Takeo Fernandes Kunimatsu sempre teve sua vida voltada a observação da sensação estética social: as aparências de uma situação do nosso dia-a-dia; a sensação que o “ser-para-si” tem de uma determinada casualidade do contexto contemporâneo.
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Em noventa, nasceu esse BELÍSSIMO ser chamado Takeo Kunimatsu: com intenção de homenagear seu avô paterno Takeo. Anos depois, o pai do artista foi metaforicamente comprar cigarro. A mãe (Gelma) e avó paterna (Antônia Megumi) assumiram a criação do artista. A primeira decepção que Takeo deu a avó dele foi quando era muito novo, pois, desde cedo Takeo não gostava de futebol: durava-lhe uma eternidade; fingia torcer mas nunca isso foi verdadeiro; Takeo não nega o impacto sociocultural do futebol, principalmente no Brasil, e endossa que seria um absurdo dizer que não é possível torná-lo objeto de um estudo robusto e/ou produção artística de qualidade e impacto social, é só um sincero não gostar que já tentou ser gostar, mas simplesmente não conseguiu ser assim. A mãe de Takeo, apesar de não ser muito apegada às produções artísticas dele, incentivava muito o artista a fazer arte amadora e isso era verdadeiramente muito bom para Takeo que via na mãe muitas qualidades, embora defeitos e muita exaustão porque ela não fumava então não poderia fazer igual ao meu pai. As mulheres marcaram a vida do artista por ser seres “projetados” para pensar na estética social apesar de que isso seja muito cruel para elas. Takeo via que talvez a estética da mãe durona com marido ausente seja muito bonita no papel, mas, na prática era muito solitária e, às vezes, compulsória. Todos dão palpite na criação, — até a igreja —, mas, a culpa e responsabilidade POR TUDO é sempre da mãe: uns dizem ter pena, mas não reconhecerem como validas qualquer garantia de criação saudável que se dá para a criança: seja feita pela iniciativa privada ou estatal.
A princípio em sua vida, o artista se aprofundou filosoficamente: pois isso é essencial para se criar um trabalho autoral. Takeo admite que viu só o que quis ver, não foi leitura superficial, mas não se aprofundou muito: Platão; Aristóteles; Pascal; Voltaire; Hegel; Sartre (carinhosamente chamado de feioso por Takeo embora reconheça que Sartre tenha um certo charme); e alguns outros. É claro que isso fazia o artista não querer “perder tempo” estudando para outras matérias que ele tinha na escola, por exemplo: biologia; química; física; e matemática (embora estas últimas o autor achasse literalmente bonitas como um quadro, mas, o pedagógico das matérias era, — e ainda é —, deveras alienante). O artista teve uma vida escolar conturbada: notas baixíssimas; dificuldade em copiar matéria do quadro negro por conta da dislexia; 3 reprovações (na escola pública); e muito bullying. Seu refúgio tornou-se a literatura e também viu o que quis do modo que quis: Machado de Assis; Drummond; Bukowski; Dante; Heine; Clarisse Lispector; e alguns outros. Também sempre acompanhou as exposições de arte do centro de São Paulo, pois morava no Centro e sua mãe o incentivava. Naquela região o Takeo viu museus, igrejas, mostras, exposições, grafites, pichações, entre outras coisas. Esse é um dos poucos e valiosos lados bons de se morar em São Paulo: na visão do artista. Saindo do ensino médio. Fez curso técnico de Administração, e outro de Modelagem de Vestuário. Também fez cursinho pré-vestibular: uma época muito importante para a sua formação teórica. No final dessa época do pré-vestibular, Takeo teve aula com três professores que separadamente, e em conjunto, fizeram-no enxergar possibilidade de viés artístico na matemática com uma explicação da formação dos conjuntos racionais: através da poesia concreta que é um movimento literário que começou aqui no Brasil e foi para o mundo. Ficou entusiasmado e entrou na Licenciatura de Matemática: ao qual não concluiu o curso.
Por ter crescido em espaços que o incentivavam à produção artística amadora que, às vezes, vinham com falsas promessas terapêuticas que desconsideravam a tela em branco como um possível e enorme objeto de frustração, Takeo considerou pintar quadros para chamar atenção enquanto vendia palha italiana e barrinha de prestigio na faculdade onde estudava: o IFSP, Campus São Paulo; lá o autor fazia licenciatura em matemática. A faculdade era muito extensa para percorrer todos os lugares, e o artista precisava de mais dinheiro para continuar estudando, lhe pareceu bem chamar atenção com arte. As pessoas compravam os doces e elogiavam a tela que ele pintava. A popularização disso o fez considerar a profissão, uma vez que, — para variar —, suas notas não estavam tão boas, e com muitas faltas. O problema não era a matemática, por vezes em tranquilidade, ele conseguia fazer. O problema era por maioria no pedagógico e o cansaço físico e mental: isso não quer dizer que os professores de lá sejam ruins, o problema é mais sistêmico. Por exemplo: as provas têm o tempo da aula, são difíceis, e o nervosismo num disléxico compromete significativamente a capacidade dele de ler o que está escrito, ou o que ele próprio escreveu. Não era o modo que ele queria aprender matemática: sofrendo e se frustrando muito. Takeo então decidiu que estudaria matemática fora das instituições de ensino, talvez com professores particulares, e focaria sua captação de recursos financeiros nas artes plásticas.
Atualmente, Takeo produz maioritariamente obras à tinta óleo sobre a tela, mas também se dedica a produção literária: quase igual ao Chagall. Takeo não gosta de rotular o estilo dele com definições fieis para também não ter que se comprometer com elas para sempre. Ele prefere que sua assinatura seja por exemplo: o uso da cor azul-escuro; como ele retrata paisagens noturnas; o uso de linhas, círculos, e outras formas geométricas; os espaços vazios (Ma japonês); et caetera. Porém, muitos que observam a arte dele o identificam elementos dos artistas: impressionistas, pós-impressionistas, modernistas, cubistas, naïfs, e assim por diante; um artista brasileiro branco com referências do afro-contemporâneo. A principal temática do artista é a noite, e dentro dessa temática o artista retrata subtemas que estão inseridos na noite do artista, então ele retrata: o sertão brasileiro, praias, florestas, lagos, rios e cachoeiras; periferias e igrejas; gatos, cachorros e animais; santos e superstições; a mulher em sentido poético; o universo; e outras maluquices de artista: pois, o verdadeiro luxo que a vida artística promete é exatamente esse: poder confessar a própria loucura desde que se a profissionalize com ética... pena que nem sempre é assim, pois, às vezes, nem mesmo a ética e boa educação basta para conter uma multidão enraivecida. Talvez, só cansaço...
A ideia do Takeo para a arte plástica é criar uma noite calma e acolhedora. A noite que o tema da pintura está é o objeto principal a ser retratado pelo artista, e não apenas o tema da pintura. Uma hora injustiçada pelas metáforas criadas pela humanidade Takeo glamoriza a noite que também foi criada por Deus assim como o dia. Não se trata da permissividade com o pecado (holisticamente falando), mas, da não demonização do “pagão”. Particularmente, o artista prefere a noite, e nasceu lá pelas 18 horas numa segunda-feira. Takeo não é boêmio de profissão, embora, goste de doses saudáveis disso. Takeo gosta de balada, por exemplo, mas se bobear é uma por ano e olhe lá. Takeo gosta de sossego e descanso, e vê na noite exatamente isso: embora não haja o menor problema em ser boêmio raiz; as respostas da tua vida não estão no que faz bem ao artista, mas no que te faz bem de fato. Mas o artista insiste no valor do repouso e da reflexão com doses sadias de impulso e rebeldia.
A escolha da noite também é filosófica, pois, no contexto contemporâneo a noite é ainda um grande refúgio: seja para o trabalhador que chega em casa do trabalho e repousa os pês na bacia de água quente e logo dormirá; seja para quem usa a escuridão para agir como realmente quer.
O artista tem um imenso sabor pela natureza e se sente mais à vontade nesse tipo de paisagem do que na urbana. Porém, levou mais tempo para Takeo conseguir trabalhar com esse tipo de paisagem no estilo que o ele estava desenvolvendo do que com a paisagens urbanas. Entretanto, Takeo conseguiu transmitir a ideia do que seria a sua noite nesse tipo de paisagem. Até agora, o artista fez diversos tipos de paisagens naturais: Sertão brasileiro <3; Desertos; Praias; Ilhas; Recife de corais; Rios; Lagos; Cachoeiras; Florestas; Vulcões. Normalmente, o artista usa fotos da internet para fazer paisagens reais (até para facilitar quem queira comparar), ou faz paisagens fictícias com estéticas que ele goste. O céu noturno estrelado é um elemento muito característico de sua assinatura em quadros fora do contexto urbano. Mas, ainda assim é uma noite com o brilho do dia. Acolhedora e cheia de cores quentes e luminosas. Uma noite tão selvagem e estranhamente segura. É uma bela e doce romantização: e nem por isso deixa de ser bonita, ao contrário. Inclusive, boa parte destas paisagens retratadas em teoria são perigosas à noite, mesmo as paisagens fictícias se elas existissem. O ARTISTA DESACONSELHA QUALQUER PESSOA A VISITAR À NOITE ESSES LOCAIS QUE NÃO SÃO HABITATS DOS HUMANOS, SÃO ÁREAS COM RISCO DE AFOGAMENTO, CONTAMINAÇÃO COM DIVERSAS DOENÇAS, ENVENENAMENTO, RISCO PREJUDICAR A FAUNA LOCAL DE FORMAS IRREVERSÍVEIS, TRAUMAS, E ALTO RISCO DE MORTE. A arte do artista serve exatamente para proporcionar uma imersão sadia que te propicie respeitar a ti mesmo e ao meio ambiente, e com bem mais cores do que de fato tem. Acredita é bem melhor assim. “Ninguém precisa morrer pra ver Deus”.
O artista não pretende retratar bairros nobres. Quiçá, retratar pontos turísticos, mas Takeo nunca se comoveu com a estética “augusta” e aristocrática. Periferias tem muito mais cores que qualquer bairro “nobre” que o artista já viu. Takeo questiona estereótipos sociais contemporâneos com periferias noturnas acolhedoras e calmas: como elas realmente são na maioria do tempo. É o oposto da romantização que o artista faz com a natureza. O trabalho aqui é a conscientização a partir do local de fala do artista. Mas, é na modéstia de infraestrutura que nasce toda a estética autoral das mãos do artista. O Takeo nunca quis pagar de quebrada na sua vida: e não é nem por desmerecer, é por respeitar o local de fala dele. Porém, o artista foi recebido com a mesma humildade que demonstrou. Quem olha de cima pra baixo não é bem-vindo nem se nasce lá. Então, ele fala do que vê. Não se trata de romantizar a falta de infraestrutura e ineficiência proposital do Estado, isso é nocivo. Trata-se da beleza na estética da modéstia. Quantos milhões um bilionário precisa queimar para ter a mesma felicidade de um pai que organiza um churrasco no seu barraco com carne de segunda, só para comemorar que a filha passou na faculdade que ela queria? Talvez todos os milhões que o bilionário tenha e nem assim chegaria perto da felicidade desse homem mais simples. Romantiza-se a falta de infraestrutura, a má alimentação, a esperança conseguida num extremo sufoco? NÃO! O mundo precisa mudar! Talvez, um dia o mundo um dia se precise do registro histórico-artístico do que um dia foi a periferia que o artista retratou. Num tempo onde todos serão importantes: do padeiro ao cirurgião; do gari ao homem de confiança; da moça do caixa do açougue à diva pop. Takeo crê nisso, por isso retrata a beleza daquilo que quer que um dia brilhe como uma estrela no meio do infinito. O céu das periferias são apenas um azul-escuro, pois, os inúmeros efeitos de clima e iluminação nas cidades de fato inviabilizam visualização da luz de boa parte dos corpos celestes que se vê à noite. Não obstante, o asfalto da rua é retratado de maneira semelhante ao céu das paisagens rurais. É uma mensagem subliminar de que as coisas na cidade, por vezes, ficam de cabeça pro alto. Há raras exceções de quadros do artista no contexto urbano onde há um céu estrelado, e normalmente está representando o elo do artista com o divino na figura de Deus e Jesus Cristo, e memórias infantis do artista. A maioria das periferias são retratadas a partir de fotos tiradas por outras pessoas ou de fotos da internet. O autor especifica o máximo que pode onde ficam as periferias que retrata, mas, às vezes, são só fotos sem legenda encontradas na internet.
O artista tenta criar elementos artísticos com animais. Até agora Takeo tentou aumentar sutilmente o tamanho dos olhos dos animais para cartunizá-los em aspectos mais dóceis e profundos. O autor retratou: gatos; cães; cavalo; urubu-rei; entre outros. Todos os animais são retratados sem a moralidade metafórica e estereotipada da personalidade do animal, ou pensando nesse exato contexto. Para o artista os animais têm um tipo de consciência “para si”, mas são livres de uma condição de pecado holístico. É um tipo de santidade. Normalmente, até os animais domésticos, Takeo retrata em contexto não urbano: a menos que haja um contexto social muito forte para retratá-lo na cidade. Takeo o faz para lembrar do conjunto desconexo e problemático que é inserir um espécime invasora num lugar. Como é o caso do gato que tem acesso a áreas mais preservadas de floresta e preda animais que talvez não seriam predados se não houvesse a presença dele ali. Os humanos interferem na vida animal de forma tão irresponsável que no fundo por mais natural que seja ver, por exemplo, um gato doméstico na natureza, isso não é uma coisa que deveria acontecer: o desenho se torna uma antítese bizarra muito bem-vinda a uma noite que já é arbitrária.
Takeo é católico praticante, mas não acha que sua religião é superior às outras, e nem precisa ser. Entretanto, vê força e beleza nas histórias dos santos católicos e nas cenas bíblicas. O artista fica lisonjeado se sua imagem for usada para ritos em outras religiões que preguem o amor ao próximo. O artista é contra sacrifícios com animais, pois, um dia também já foi parte de um ritual católico tacar fogo em mulheres atraentes que tinham conhecimentos medicinais e cantavam bem, e graças a Deus pensar nisso hoje, — para a maioria das pessoas —, parece um absurdo. Então, podemos e devemos rever práticas religiosas. É saudável! A igreja Católica por exemplo poderia rever algumas outras, e a tua religião no fundo também. Tu sabes disso! Começa a cobrar esse tipo de atitude do teu sacerdote norteando-se pelo amor. Se fores ateu, já passou da hora de veres a metafisica como um estudo antropológico com potencial mesmo ponderando a mitologia estudada, vide: Webber; Machado de Assis; entre outros.
Superstição deriva da palavra em latim SUPERSTITIO e UM DOS SIGNIFICADOS desta palavra é observância rigorosa: fonte: https://dicionario.priberam.org/superstição; ainda não havia o teor pejorativo que o positivismo trouxe. TAKEO NÃO ACREDITA EM SIGNOS, e muito provavelmente até as pessoas que escrevem os horóscopos por aí também não acreditam. O artista construiu um monólogo sobre isso sem chegar a nenhuma conclusão sobre a função do horóscopo: Takeo falará com ele mesmo sobre a fé nos signos, mas, não conseguirá plenamente refutá-los.
Será que é uma possível e simples romantização do efeito que o ser “em-si” tem no ser “para-si”: ser em-si (objetos sem razão humana); ser para-si (quem tem razão humana)? Bom... colocando as coisas assim, faz tudo ter sentido... Mas, não têm! São ANOS-LUZ! A luz das estrelas que vês está atrasada a MILHÕES DE ANOS. Então, provavelmente essas estrelas estavam até em outro lugar quando os tais gregos montaram o esquema do zodíaco. Aliás, hoje, já estão diferentes já da época que fizeram, há até uma constelação a mais que dá a volta no sol, então, tecnicamente são 13 signos. Mas, o pessoal não adiciona esse novo para não afugentar o público que acredita, e que já criou até uma identidade em cima disso. Que isso, agora apega-te exclusivamente na ciência? A religião também diz não ser recomendável ser muito lógico? Olha Salomão. Não te apegas à Liturgia Diária para refletir aquilo que vives? Que mal uma boa pessoa faz em consultar algo sobre o incerto se isso não fizer real mal a ninguém? Aliás já não ouviste o testemunho de pessoas que apostaram nestes mesmos horóscopos construídos por gente falida por dentro, e, ao apostarem, confirmaram tudo aquilo que no dia se falava que iria acontecer. Me permitindo a divagação, de fato, um relógio parado só está correto duas vezes ao dia. Mas com ele parado eu ganho a certeza de que ele estará certo ao menos duas vezes ao dia. Além disso, quando ele estava parado em algum dia, ele também esteve certo ao menos duas vezes naquele dia. É uma noção que parece até eterna e muito segura mesmo que se desprenda da obrigação de saber quando ou como isso vai acontecer. Então, eu ganho noções verdadeiras quando eu me desprendo de outras noções igualmente verdadeiras. Por exemplo: o relógio quebrado estará certo duas vezes ao dia; a hora em que provavelmente se está quando consultar o relógio funcional. E digo provavelmente porque com o relógio em movimento não se garante que ele está certo e nos mostrando a hora certa, a não ser que se consulte a circunstância e estado daquilo que é um ser “em-si” importante para essa noção: a posição do sol. Contudo, só parece mais certo o relógio estar funcionando, como se ele não pudesse supreendentemente exercer uma função social também relacionada ao tempo ao estar quebrado: mesmo sendo funções diferentes. O que isso tem a ver com signo? Da mesma forma que um relógio parado pode acertar a hora, um pilantra pode prever alguma coisa e ela realmente acontecer. Além disso, da mesma forma que um relógio pode ter funções sociais funcionando ou não funcionando, o horóscopo segue sendo um norte para alguém funcionando ou não. Pode ser que nada de signo funcione para ti, Takeo. Pode. A questão também estará em que, — de fato — em signos tu nunca acreditaste. Já em Jesus Cristo foi outra história, mas não são todos que se comovem com Cristo, mesmo concordando com muitas de suas falas. Quem precisa se comover se comove, e tá ótimo assim! Todos ainda cumprem diferentes funções sociais e verdadeiras na sociedade acreditando ou não acreditando em Cristo, ou em signo. Assim como Jesus funciona pra mim, o horóscopo deve funcionar pra quem acredita nele. Honestamente eu acho que eu estaria muito fudido se dependesse do meu mapa astral. Mas, graças a Deus pra mim existe o Salmo 22: O Senhor é meu pastor e nada me faltará... (Takeo Kunimatsu III: o lindo. 2024) |
Quando um homem hétero branco como Takeo retrata uma mulher qualquer ele pode cometer o erro de ser superficial e se deixar levar por estereótipos do seu tempo. É natural e seria estranho se fosse diferente. Por isso quando Takeo retrata mulheres, ele precisa de, e busca, opiniões femininas. O autor não gosta de se restringir só a sedução feminina, mas a pluralidade da própria feminilidade que não é estabelecida pelo moralismo, mas pela identidade de cada uma mulher e seu contexto sociocultural. A mulher carrega inúmeros elementos artísticos e sociais que se pode trabalhar. O homem já não desperta a mesma curiosidade, sinceramente há no artista até um certo desdém quando é, — nas palavras certas —, obrigado em última instância a retratar um.
Takeo sempre gostou de fotos espaciais tiradas pelos grandes telescópios. Então, retratou o universo em dois tons de azul: Azul escuro, e Azul Ftalocianina. Os tons deixam o universo parecer um pouco com o fundo do mar, não era intenção do autor criar esse hibridismo, mas ainda sim obedece a duas estéticas interessantes de se trabalhar. A água representa vida, e a vida se dá no universo.
O artista sente uma certa estranheza em não haver uma forma ou um desenho em uma arte. Embora o artista reconheça trabalhos excelentes que não tem esse compromisso. Então, mesmo o abstrato do Takeo ainda há uma tentativa de trazer formas do nosso cotidiano. Normalmente, Takeo sobrepõe desenhos um sobre o outro, de modo que olhando mais atentamente tu consigas enxergar um desenho sobre o outro. Takeo forma com círculos e pinceladas composições com flores, ou nuvens, fumaça, ou as folhas das árvores que lembrem algo: um dragão; asas; anjos; et caetera.